The Multitasking Mind #1 – A internet vai ser legal de novo?
Uma newsletter para mentes inquietas.
Se você está recebendo essa newsletter é porque estava inscrito no já finado inspiring stuff. A mudança eu explico! Minha ideia sempre foi criar um lugar para abordar assuntos de meu interesse ( que como o novo nome sugere você pode imaginar que são bem amplos...), alguns aos quais nem sei ao certo se interessam a maioria das pessoas, mas na incerteza e timidez (ou mesmo preguiça dada a polarização atual) de encontrar a audiência certa, talvez escrever seja o caminho mais fácil de me aproximar de quem tenha o assunto em comum.
Desse modo não prometo uma periodicidade constante, muito menos uma linha de raciocínio ou assunto único, nem conclusões, o intuito aqui nunca será ser a dona da verdade, mas sim levantar pontos de discussão sobre o que vem passando nessa mente acelerada, interessada e que nunca para. Conto com sua companhia nessa nova jornada, nos comentários, interações e indicações.
A Internet vai ser legal de novo?
Há alguns meses li uma newsletter que fazia essa afirmação. Nesse título trago como pergunta pois tenho pensado muito sobre esse assunto. Sou o tipo de pessoa que busca estar sempre antenada em tudo que está acontecendo e por conta disso acabo ficando muito tempo nas redes sociais. Sendo uma amante de comportamento e tendências e trabalhando com isso por vezes uso o trabalho como argumento para justificar o meu alto tempo de telas.
Sei sempre qual o lançamento da vez, paleta de cor, o que os influenciadores estão fazendo, mas confesso que não sei qual foi o momento em que uma chavinha virou em mim já há algum tempo e comecei a achar tudo chato, tudo igual, tudo sem identidade e sem graça. Talvez fosse as ações massificadas de ( coloque aqui o nome do produto de sua preferência) por todo lado, o boom de ads o tempo todo, ou a necessidade de engajamento que fez tudo ficar com a mesma cara.
Foi aí que me deparei com a Ale Garattoni, que acompanho desde antes da era dos blogs e que pra mim sempre está um passo a frente quando se fala sobre conteúdo, falando de uma plataforma nova chamada Substack.
O Substack vinha sendo muito usado por jornalistas e escritores como ferramenta para garantir sua independência editorial, seja dos anunciantes, seja das métricas que nunca dominamos 100% e que podem mudar as regras do jogo a qualquer momento. A plataforma permite gerar conteúdo tanto de maneira gratuita como permitir a cobrança de uma assinatura o que garante retorno a esses produtores sem terem a necessidade de anúncios. Ou seja o trabalho dessas pessoas passa a ser financiado 100% por seus apoiadores e já que pagamos tanta assinatura por aí, porque não pagar por conteúdo autoral também daqueles que gostamos? Achei uma ferramenta genial para quem assim como eu estava saturada das redes cada vez menos sociais e cada vez mais algorítmicas.
Foi então que comecei a mergulhar nesse novo mundo e encontrei muita gente legal por aqui, muita gente que leva o Substack como ferramenta principal de trabalho mas também muita gente que escreve por hobby e porque não dizer por protesto contra a massificação e por necessidade de colocar sua própria perspectiva sobre os assuntos e gerar novas conexões, assim como é meu propósito ao me juntar a essa ferramenta.
É obvio que requer esforço muitas vezes para furar a própria bolha, mas não ter um algoritmo que nos guia nos possibilita que a curiosidade por si seja o meio para alcançar e ler coisas diferentes. E acho que essa é a graça da coisa e da vida. Estarmos abertos a diferentes pontos de vista que vão aumento e construindo nosso repertório e nosso senso crítico.
Inclusive um dos textos brilhantes que encontrei por aqui foi esse da flow magazine, que compara como os algoritmos estavam transformando o consumo de conteúdo em uma espécie de monocultura moderna, bem como a discussão se tudo é conteúdo ou se estamos como já falei acima, apenas reproduzindo tudo, o que não valoriza em nada o criador em si.
Ao mesmo tempo, tenho adorado a sensação de receber uma newsletter no meu email, que sei que posso ler no meu tempo porque não vai sumir em 24h ou vou perde-la e que sei que alguém sentou e se dedicou a colocar aquilo no papel ou word (afinal gerar conteúdo autoral dá um trabalhão), me traz de volta o sentimento da internet dos anos 2000 recuperando o real sentido da conexão e a parte boa das interações, já que muitas vezes o que li transborda para o mundo off-line em um jantar ou conversa de amigos e me faz ver que o conteúdo que estou consumindo acaba tendo um maior envolvimento emocional e menos ansioso na minha vida.
Não sugiro aqui um boicote às redes sociais mais conhecidas, mas talvez um respiro sobre a velocidade de consumo de conteúdo que estamos vivendo, uma discussão sobre quantidade x qualidade, autoral x reproduzido. No fundo uma observação sobre o nosso próprio comportamento moderno.
Se você ainda não conhecia o mundo do Substack fico feliz em ser o canal que te chamou atenção para isso e ficarei feliz em saber sua opinião sobre o assunto e se te despertou interesse em mergulhar nesse novo universo.
Caso você já seja um usuário, que tal trocarmos algumas de nossas newsletters favoritas? Eu começo! Abaixo links que não deixo de acompanhar:
- AMO News